DE: JOSÉ DIAS NSAKALA.
Tanto a periodização da História Universal (a divisão da história em períodos visando fazer uma análise comparativa do nível de desenvolvimento alcançado pelo homem baseando-se nos fenómenos políticos e económicos de grande relevância) como o desenvolvimento das Relações Internacionais como ciência são Euro-centristas, desconsiderando a existência de um continente composto de Reinos e Impérios com uma estrutura sociopolítica e desenvolvimento económico proporcional a realidade n´altura que mantinha relações de diversos índoles.
A título de exemplo, a periodização clássica da história universal é caracterizada pelas ascensões e quedas de impérios Ocidentais e Orientais (Império Romano Ocidental, Império Turco Otomano), revoluções ocidentais (Burguesa e francesa) entre outras.
Antes de África ser mergulhado pela escravidão Ocidental, África conheceu um grande e longo período de glória. Por exemplo, dentro da periodização da História africana, encontra-se o período dos grandes Impérios (640-1482). Por outro lado, diferente da idade média europeia, a idade média africana é dividida pelos historiadores africanos em dois períodos, nomeadamente:
1- Grande época da África
2- Grandes séculos ou Séculos Gloriosos
Neste período, os pequenos reinos africanos atingem o nível de desenvolvimento político, económico e social que os leva a categoria de impérios (Ghana, Malí, Shongai, Mwenemotapa) graças ao grande fluxo comercial que se registava na famosa rota transariana.
Como foi anteriormente abordado, no âmbito das relações internacionais africana, houve surgimento de grandes impérios e reinos que mantinham relações bilateral e ou multilateral, acordos, conflitos e competições. Havia uma estrutura política, social e económica bem organizada e que funcionava para o bem colectivo garantindo a continuidade de uma descendência real.
Com base disso, pode se afirma que, antes da presença colonial, havia reinos e impérios dentro de África com uma organização política e económica proporcional a realidade n´altura, logo, é pejorativo dizer que os africanos sejam descendentes de escravos.